sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Devanear-se na quimera da imaginação

No meio da noite escuto sussuros.
Lembro da época que meus pais conversavam na cama por horas.
Conversavam sobre diversos assuntos.. dava pra escutar no meu sono mais profundo. 
Nao se importavam se iria ou nao atrapalhar o repouso de sua cria.
Uma voz feminina, grossa de sono, ditava o rumo da conversa. A voz masculina, suave em seu tom, tornava-se cada vez mais submissa, atendendo sempre aos caprichos e mimos.
Sem se importar com o barulho que estavam produzindo, cotinuavam com seus firmes diálogos.
Eu tentava escutar e entender o que se passava na cabeça dessas duas criaturas para estarem conversando, talvez discutindo serenamente, no meio da alvorada.
Imaginava.. voava longe nos meus sonhos tentando encontrar um por quê, mas jamais encontrei.
Coisas que nao se explicam, nao se valorizam? Mentira..
Não precisa explicar pra ter veracidade.. afeto.. sentido.
São coisas que saem do nosso ser para o mundo material, tentando dar sentido ao que nao tem sentido algum. 
Fico instantes parado, olhando uma luz, tentando encontrar palavras que se encaixam perfeitamente em um contexto, com começo meio e fim.
O começo age como se já soubesse o que estaria por vir; o meio não se da conta de que o início  deixou bem claro que seu passado o condena e trilha um caminho talvez alternativo pra chegar ao fim. O fim, já conformado que nasceu destinado a esse propósito, é amparado por um simples ponto, que o acompanha pra sempre na memória de quem o leu, ou escreveu, marcando em seus interiores, mensagens que nos levam além.





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